Crónicas do tempo, é um livro que fala sobre os seus antepassados e sobre si, com muita realidade e ficção à mistura!
Algo que sonho há bastante tempo é ter um livro que conte a vida dos meus avós, dos meus pais e tios... De certa forma este livro veio concretizar um bocadinho o meu desejo, apesar de não falar da minha família. Mas as tramas familiares estão lá: a intrigas, a inveja, o disse que disse, a união, os laços, os segredos, Tudo o que uma familia portuguesa tem.
É um livro de fácil e agradável leitura que devorei muito rapidamente!
Algo que me agradou bastante no livro são as crenças antigas (algumas surreais) que os nossos antepassados tanto acreditavam e que infelizmente hoje em dia vão-se perdendo.
Querem ler um bocadinho?
"Quando comia, enquanto a colher na sua mão fazia a trajectória entre o prato e a boca quase sempre pingava no peito. Ele logo com o guardanapo, tentava limpar e dizia. - Foi um passarito que passou! - Nós olhávamos para ele, ele ria-se apontava com o dedo indicador para cima e repetia, - Um passarito! Desatavamos a rir."
"Conta a minha mãe, e também as minhas tias, que ele esteve muito doente por causa de uma mulher, que lhe deu uma droga. Diz-se à boca pequena! Porque isto não pode ser comentado em voz alta! Que ela lhe deu um bolo com sangue do periodo (atenção jovens moçoilos com as comidinhas das moças namoradeiras) e que isso faz com que os homens fiquem doidos de amor pela mulher que fizer isto, pois é! Dizem mesmo que é verdade."
"O que queriamos saber era quem eram os Fumantezinhos de merda, ele respondia:
- Já lá vamos! - Eu acho que isto era uma forma de nos ensinar coisas, - Ora, como eu dizia, o burro passava o santo dia a amassar o barro, como sabem os animais cagam e nós tinhamos de tirar imediatamente a porcaria, antes que se misturasse com o barro que não podia, de maneira nenhuma, ficar sujo. Um dia tive uma ideia, pequei em alguns daqueles cagalhotos e pu-los a secar no forno, depois comprei uma onça de tabaco e misturei tudo muito bem, quando no domingo seguinte fomos jogar chinquilho eu ofereci tabaco a toda a gente. eles fumaram todos contentes, o tabaco misturado com a merda do burro, percebem agora? ah! Ah! Ah! - Fumantezicos de medra! Eu devia ter quinze ou desasseis anos, não mais, e enganei-os a todos..."
Grata pelo privilégio e oportunidade de ler as Crónicas do Tempo ;)
14 Seres especiais comentaram :
Fiquei curiosa!
A ver se passo aqui na biblioteca da terra:)
Querida Gaspas, todos devíamos, escrever as memórias da nossa família, para que as gerações futuras soubessem sempre, o que se passou com os seus ascendentes, não achas? :)
Também gostei imenso de ler.
Obrigada, ainda bem que gostou.
bj eugénia
Ana,
Não sei se vais encontrar ai na biblioteca!
Manuela,
Acho!!
E mesmo as pessoas que acham que têm uma vida sem nada interessante, pobre e vazia... acredito que têm também muitas histórias interessantes para contar!
Tanita,
:))
horticasa,
Espero que escrevas o 2.º volume!!! :)
Lindo trecho e amostrinha! beijos,chica e lindo SETEMBRO!!!
Que giro!
Quem sabe isto não te motiva para começares o teu :)
Parece ser divertido! :) o último excerto é o meu favorito!
Pelo visto é um livro bastante agradável de ler. Afinal todas as famílias são quase iguais.
Bjux
Chica,
:))
Mafalda,
Quem sabe um dia... antes de entrar na terceira idade! É que convém ainda ver qualquer coisa e a mão não estar trémula!
Estudante,
Se puseres em prática avisa... :P
Lima,
É bem verdade!!
Quando li o post do livro da tua colega Vânia Beliz, pensei, um dia vou entrar numa livraria e encontrar "As aventuras da Mirculina", compro logo. Mas a ideia que referiste, da tua família, parece interessante, e escrito por ti, será um sucesso, com toda a certeza. Força! Torna o teu sonho realidade.
Beijinhos
Have a SUPER week !
Ana,
Hehe... Antes de comprares vê se a autora é a Gaspas... não vá ser falsificação :P
Harry,
;)
Fiquei cheia de vontade de ler :)
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