Jane é impetuosa e apaixonada. Defende tudo aquilo em que acredita, mesmo perante alguém de uma posição social acima da dela. É rígida a seguir os seus princípios.
A narrativa é feita na primeira pessoa. Mostrando-nos os pensamentos e sentimentos de Jane. A escrita consegue ficilmente passar-nos o estado emocional de Jane e do ambiente à sua volta.
Durante a leitura apercebemo-nos da transformação e crescimento interior de Jane, através das experiências que ela vive.
O que começa por ser a história de Jane passa a ser uma bela história de amor, com alguns percalços no meio... Eu gostei!!
Fica um bocadinho:
"Embora admita que há uma certa dose de superstição a correr-me nas veias. Não obstante, isto é verdade... pelo menos na medida em que ouvi de facto o que lhe estou a relatar.
- No momento em que eu chamava: Jane! Jane! Jane!, Uma voz vinda não sei dizer donde, mas que eu reconheci... respondeu-me: "Já vou! Espere por mim!" e, passado um instante, continuo a sussurrar ao vento: "Onde é que está?"
- Vou fazer o possível por lhe descrever a ideia, a imagem que estas palavras me fizeram aflorar o espírito, embora me seja difícil expressá-las. Ferndean encontra-se, como já reparou, embrenhada no meio da floresta, e qualquer barulho que aqui chegue, é abafado sem nunca se repercutir. a pergunta: "Onde é que está?" parecia estar a ser feita nas montanhas, pois ouvi um eco proveniente daquela direcção repeti-las. Nesse momento senti uma brisa mais fresca aflorar-me a testa e tive a impressão de que eu e a Jane nos encontrávamos num cenário ermo e agreste. e fiquei convencido de que nos encontrávamos de facto, pelo menos em espírito. Estou certo de que, àquela hora, a Jane deveria estar ferrada no sono, mas talvez a sua alma se tenha afastado momentaneamente do corpo a fim de consolar a minha. Pois era a sua voz... tão certo como eu estar vivo... era a sua voz!
Caro leitor, fora na segunda-feira, já perto da meia-noite, que eu recebera o chamamento misterioso e fora também por meio daquelas palavras exactas que eu lhe respondera. Ouvi a narrativa de Mr. Rochester, mas não lhe fiz qualquer revelação em troca. A coincidência pareceu-me demasiado espantosa e inexplicável para ser comunicada ou discutida."
E vocês já leram?